quarta-feira, 27 de abril de 2011

MST realiza marcha no centro de Belo Horizonte e ocupa o INCRA

            O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra participa hoje à tarde de uma reunião com representantes do INCRA nacional e com a superintendência estadual para negociar as pautas apresentadas à instituição no ato político realizado ontem. O MST traz mais de 80 itens de reivindicação e tem a intenção de se reunir também com o governo do estado. O objetivo é viabilizar o avanço da Reforma Agrária em MG, em todas as instâncias do poder público, porém o governador até agora não se manifestou em relação aos pedidos de audiência feitos.
            Os setecentos Sem Terra acampados na praça da Assembléia Legislativa saíram na manhã de ontem, organizados em duas colunas e marcharam em direção ao Tribunal de Justiça para denunciar os massacres que continuam impunes e a perseguição que os movimentos sociais vem sofrendo no Estado. Em 2010 foram realizados 17 despejos. Este ano a Polícia Militar já realizou 6 despejos e a Vara Agrária de Minas Gerais decretou 14 reintegrações de posse. Estas decisões são parte de um processo sistemático de criminalização dos movimentos sociais e demonstram a parcialidade da vara, que desconhece a situação dos acampamentos e julga os processos sem considerar os direitos dos trabalhadores rurais Sem Terra ou mesmo o artigo 186, que determina a função social da propriedade rural e urbana.
            Após a manifestação no tribunal eles seguiram em direção ao INCRA, onde realizaram uma ocupação. Houve uma assembléia com o movimento, em que os assentados e acampados puderam expor todas as necessidades das áreas e deficiências nas ações da instituição. Após a exposição foi marcada uma reunião com o INCRA nacional e a superintendente no estado. Ao anoitecer o movimento deixou o prédio.
            A ocupação do INCRA denunciou a estagnação da Reforma Agrária no estado. Há mais de 3 anos não se realiza um assentamento, não há assistência técnica e por isso os créditos para desenvolvimento das áreas estão bloqueados. Existem assentamentos com mais de 5 anos, nos quais os assentados sequer tiveram acesso ao crédito para habitação e por isso ainda moram em barracos. O movimento está disposto a permanecer na capital e pressionar o poder público até que estes problemas, que se arrastam e se repetem há anos sejam resolvidos.


Mais informações sobre a jornada:
Geanini Hackbardt
(31) 8881-2806
Setor de Comunicação

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